sexta-feira, 21 de outubro de 2011

UMA BELEZA QUE REVOLTA

06 de Agosto de 2010

Uma beleza que revolta

Fermentado por Paulo Brabo

 

Estocado em Goiabas Roubadas

Um belo dia abracei a religião cristã.
Para falar a verdade, eu não era bom naquilo. Religião não é pra mim, e por algum tempo fiquei me sentindo um completo fracasso. Alguns religiosos me condenaram (e ainda condenam) ao fogo eterno, mas com o tempo passei a ver meu fracasso religioso como uma tremenda benção.
Porque, quando perdi minha religião, encontrei uma linda revolução.
Isso talvez ofenda ou surpreenda você, mas Jesus não é o fundador da religião cristã. É verdade, séculos depois dele levantou-se uma religião chamada “cristã” – mas, como você vai descobrir neste livro, em muitos sentidos essa religião representava o oposto de tudo que Jesus representava. Na verdade, como você vai também descobrir neste livro, o próprio conceito de uma “religião cristã” tem muito de mito quando entendido à luz do que Jesus representava.
Porque a mensagem essencial de Jesus não tem nada a ver com ser religioso. Basta ler os evangelhos: ele festava com os maiores pecadores e ultrajava os religiosos, e por isso foi crucificado.
O que Jesus representava era o início de uma revolução, revolução à qual ele deu o nome de “reino de Deus”.
O centro dessa revolução não é fazer com que as pessoas acreditem em determinadas crenças religiosas e adotem determinados comportamentos religiosos, embora essas coisas possam ser importantes, genuínas e úteis. Essa revolução também não está centrada na tentativa de consertar o mundo pela defesa das causas políticas “certas” e pela promoção das políticas nacionais “certas”, embora essas coisas possam ser nobres, bem-intencionadas e eficazes.
Não: o reino de Deus estabelecido por Jesus está centrado em uma coisa e apenas nessa coisa: manifestar a beleza do caráter de Deus e, em conformidade com isso, revoltar-se contra tudo que é inconsistente com essa beleza. O reino está centrado na manifestação de uma beleza que revolta.
O reino é, em resumo, uma linda revolução.
Tudo em Jesus manifestava esse reino belo e “revoltante”; podemos vê-lo de forma mais profunda quando que Jesus deixou-se crucificar. No Calvário Jesus exibe a beleza da decisão de Deus de sofrer pelomigos – em vez de usar seu poder onipotente para derrotá-los de forma violenta. No Calvário vemos também a revolta divina contra nossa escravidão à violência e tudo que nos mantém alienados de Deus e uns dos outros. O próprio diabo é confrontado e vencido pela cruz de Jesus Cristo.
A morte de Jesus resume o tema de sua vida inteira. Cada aspecto de sua vida, seu ensino e ministério colocava em exibição a beleza do reino de Deus e revoltava-se contra algum aspecto da cultura que contradizia esse reino.
O chamado essencial de todos que entregam sua vida a Cristo é unir-se a essa linda revolução e, portanto, viver e amar dessa forma. “Quem diz viver nele”, afirma João, “deve viver como ele viveu” (1 João 2:6). Devemos manifestar a beleza de Deus amando sacrificialmente nossos inimigos, servindo os pobres, alimentando os famintos, libertando os oprimidos, acolhendo os excluídos, abraçando os maiores pecadores e curando os doentes, como Jesus fez. E não existe como fazer isso sem ao mesmo tempo nos revoltarmos contra tudo em nossa vida que nos mantém autocentrados, gananciosos e apáticos diante das necessidades dos outros. Também não há como fazer isso sem revoltar-se contra tudo na sociedade – e, como veremos, no âmbito espiritual – que mantém as pessoas oprimidas fisicamente, socialmente e espiritualmente.
Você então vê que o reino não tem nada a ver com religião – quer seja “cristã” ou não. Tem a ver com seguir o exemplo de Jesus, manifestando a beleza do reinado de Deus ao mesmo tempo em que nos revoltamos contra tudo que é feio.
É uma linda revolução a que somos todos convidados a aderir. Mas para fazer isso será preciso abrir mão da religião.
Gregory A. Boyd
em The Myth of Christian Religion
(O mito da religião cristã)

Inquisição


Arquivos


Versões digitais dos manuscritos da Biblioteca do Monastério de São Brabo, nas Índias Ocidentais.
Lista de entrega

Clique aqui para receber o conteúdo da Bacia por e-mail

























Nenhum comentário:

Postar um comentário